segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Pierrot

" Ainda lembro o que passou.
Eu, você em qualquer lugar dizendo "aonde você for eu vou"...
Foi quando perguntei... ouvi você dizer que eu era tudo o que você sempre quis.
MESMO TRISTE EU TAVA FELIZ
e acabei acreditando em ilusões...
Eu nem pensava em ter que esquecer você..."

[ Ainda Lembro de Marisa Monte por ela mesma ]
... Todo mundo tem seu dia de Pierrot...



domingo, 8 de julho de 2007

A Janela

Muitas vezes eu só procuro a verdade. Aquela nítida e pura que não me deixará dúvidas e explicará o porquê de todos os meus porques. Mas acabo me perdendo nesse ciclo vicioso que é a procura por respostas que não preciso. Atrás de cada por que existe um outro questionamento e isso não termina nunca... e eu tenho que simplesmente saber? um "porque sim" ou "porque não" poderia ser suficiente várias vezes mas aqui não passa, eu não deixo e a "culpa" é sempre minha.
O que há comigo?
Por que me culpar e/ou me exigir por tudo?
E lá se foi mais um porque... palmas!
Existe sempre um mas, entretanto, talvez, de repente, quem sabe, enfim... existe sempre um "enfim" que não resume tampouco finaliza assunto algum.

Ironicamente engraçado e irritante é essa mania de tratar tudo como se estivesse tudo bem quando se quer ligar o "foda-se" sem se preocupar com quem estar na frente. Não funciona assim, não comigo. Existe aquela lógica-consistente-e-humana de que não posso, não tenho o direito de atingir a alguém se esse alguém não me fez nada e, consequentemente, não merece qualquer tipo de ofença ou patada gratuita.
"É seu amigo, vai entender."
Ok! e o mundo gira ao meu redor.
Por favor, não é bem assim não. Se entender, ótimo, sempre posso pedir desculpas no dia seguinte, dizer que sinto muito e "que não estava num bom dia", beijos e abraços, mas e será que também não existe um calo que está sendo pisado tão disfarçadamente quanto o meu naquela pessoa que estava em minha frente na hora da explosão?
Sempre é possível e o estrago pode ser ainda maior. Por isso prefiro tentar medir, ponderar que seja, o que estou dizendo e para quem estou dizendo.
Então entro em outras contradições, surgem mais questionamentos.
Afinal, precisamos explodir, extravasar, pôr pra fora em algum momento. E aí? Qual a moral da história? Fico na mesma, estou na merda? Continuo guardando tudo dentro desse baú de vinte anos até que alguém vasculhe e grite lá de dentro: "Ei, aqui tá uma bagunça, não estou achando lugar decente pra mim. Desculpe mas vou procurar em outro lugar."
É isso que estou esperando? As coisas ficarem ainda mais inadministráveis? Isolar essas palavras e sentimentos que, no lugar de eu compartilhar com as outras pessoas, acabo me sufocando neles?

Ultimamente tenho pensado que estou perdendo a capacidade de me relacionar com as pessoas, o que é angustiante para não dizer terrivelmente assustador. Tudo bem, estou bem no trabalho e acho até que evolui em vários fatores. Preciso me comunicar com meus clientes e não acredito que tenha falhado nisso, apesar de ter evitado atender alguns clientes - ninguém específico - na loja algumas vezes, mas alguns dias tenho me voltado mais para a produção mesmo, voltar a cuidar do espaço físico e da estética, não sei, mas isso me tranquiliza um pouco, eu acho. Gosto do que faço.
Mas quando o me relacionar com as pessoas parte para o pessoal eu viro bicho, monto defesa e entro na toca.
...
Alguns amigos acham que não me conhecem mais.
Algumas pessoas mais próximas acham que não me reconhecem mais.
Alguns conhecidos acham que me conhecem e que meu sorriso assim como minha barba estão sempre presentes no meu rosto... eles se enganam pois nem eu mesmo ando me reconhecendo...

... e talvez este esteja sendo o primeiro passo para eu procurar me conhecer. Não quero apenas me reconhecer, deixo isso para espelhos ou pessoas que queiram me projetar em seus moldes de alguma forma. Quero algo mais concreto, mais profundo. Quero estabeler o que esconder e o que mostrar, quero administrar minha cabeça, meu corpo e pensamentos, não posso mais deixar que eles me guiem. Os olhos agora serão meus.

Bom, isso com algum tempo de terapia, afinal estou deixando a teimosia um pouco de lado e aceitando a idéia de que não posso sozinho e que sim, preciso de ajuda como todo mundo.

Serei um EU POR MIM MESMO.